sexta-feira, 7 de julho de 2017

PUBLICADO EM VEJA.COM
(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 18 de maio de 2017)


O BRASIL DECENTE NÃO LIVRA NINGUÉM

Os seguidores de seitas políticas, acostumados a simular revolta em função das “injustiças” cometidas contra o chefe – com a desfaçatez de um jogador malandro que mergulha na área para fingir ter sofrido pênalti –, e a cobrar tratamento idêntico a quem consideram estar do outro lado da contenda por eles inventada – ainda que Temer tenha sido escolhido e votado pelos petistas –, terão de criar novos argumentos. O Brasil decente jamais pregou justiça seletiva, tampouco alimenta bandidos de estimação.

Qualquer político, ocupante do cargo que for, pego com a mão na massa, tem de ser punido de maneira exemplar. Somente os tolos congênitos e os idólatras de delinquentes se apegam a questões ideológicas para exigir punições – ou a ausência delas – de mão única. Delações premiadas, até ontem desqualificadas por essa tribo, agora são reverenciadas. A cobertura do que chamam de “mídia golpista” agora é válida. Ao menos para isso já serviu. Ainda é cedo para se examinar com profundidade a notícia que abalou o Brasil nesta quarta-feira, afirmações mais contundentes agora seriam até irresponsáveis, mas, ao que parece, é tudo isso mesmo, e a primeira impressão é de que não há muita margem para desmentidos.

Seja como for, qualquer brasileiro decente quer a punição de todos, todos mesmo que, alojados no poder, comportaram-se de maneira, como está na moda dizer, nada republicana. Que o presidente Michel Temer, o senador Aécio Neves e outros – literalmente – menos votados respondam por seus atos e sejam punidos de acordo com a gravidade do que tenham cometido. Ninguém com o mínimo de bom senso é contra isso. Mas que não se iludam os defensores de Lula, porque o delinquente-mor marcha célere a caminho da cadeia.

(Foto de reprodução de TV)

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