sexta-feira, 7 de julho de 2017

PUBLICADO EM VEJA.COM
(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 28 de junho de 2017)


A CIRURGIA TERÁ DE SER RADICAL

Um mundo dominado por grandes corporações é tema recorrente no cinema e nos quadrinhos. A ideia de um planeta avassalado pela força do dinheiro sujo, embora assustadora, parecia exagero de roteirista, capaz de vicejar somente nas telas e nas páginas dos gibis. Mesmo os autores mais imaginativos jamais desenharam algo parecido com o que se desnuda hoje no Brasil.

Os brasileiros decentes  porque os indecentes bancavam as vestais enquanto se locupletavam  descobriram que o país teve seus recursos, seu futuro e sua vergonha na cara subtraídos por uma quadrilha financiada por negociantes safados de alto calibre e integrada por boa parte da classe política de variados partidos. Para a cafajestada que chafurda nos pântanos do Planalto  e em áreas alagadiças de Norte a Sul – Parceria Público-Privada é isso aí.

O câncer da corrupção precisa ser extirpado de forma rápida e abrangente. Uma doença com tamanho grau de agressividade condenaria um ser humano à morte. Um país, felizmente, pode se recuperar, mas para isso é necessário retirar o tumor com urgência. E a cirurgia tem de ser radical.

Somente os tolos congênitos, os caras de pau convictos e os cúmplices declarados ainda torcem por seus bandidos. É preciso trancafiar no xilindró o mais rápido possível todos os membros do clube da pilantragem, do maior ao menor, de um “lado” ou de outro. Mas o verdadeiro chefe da quadrilha 
 a despeito dos esforços para tentar provar o contrário deve ter o privilégio de puxar a fila da cadeia, pois fez por merecer. E não fez pouco.

(Foto de reprodução Veja.com)

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