(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 6 de julho de 2017)
TEMER NÃO APRENDEU COM SAFADÃO
Foi a segunda reunião fora da agenda de Temer com Gilmar em uma semana. Na primeira, teriam discutido a indicação de Raquel Dodge para a PGR. Trata-se, no mínimo, de imprudência. Temer parece não entender que caminha na corda bamba. Qualquer deslize pode pesar contra ele, que ainda não tem a certeza de que será livrado pelo Congresso. O mínimo que deveria fazer é ser o mais republicano possível.
Em princípio, não há mal algum no fato de o presidente da República se encontrar com um ministro do STF. Ao fazê-lo fora do expediente, sobretudo quando este ministro já tem fama de bom companheiro, Temer manda às favas a preocupação com as aparências e se coloca numa situação ainda mais suspeita. Os incontáveis assessores abrigados no terceiro andar do Palácio do Planalto deveriam alertar o chefe: em tempos tão turbulentos, não basta ser sério; é preciso parecer sério.
(Foto de Anderson Riedel/VPR)
Um comentário:
Só no Brasil que um Presidente recebe fora da Agenda Oficial. Estamos num estado de torpor coletivo com tanta falcatrua. Sabe-se o que é certo e errado. E que essa política não se sustentará mais. Com paciência aguardemos eleições de 2018.
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