sábado, 8 de julho de 2017

PUBLICADO EM VEJA.COM
(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 6 de julho de 2017)


TEMER NÃO APRENDEU COM SAFADÃO

Depois de se complicar com uma conversa esquisita gravada na calada da noite por Joesley Safadão  o delator malandrinho mais premiado da história , o presidente Michel Temer deveria ter aprendido a se esquivar de encontros desaconselhados pelo bom senso. Não aprendeu. O papo fora da agenda oficial com Gilmar Mendes pode ter sido inocente, mas será difícil convencer os brasileiros atentos de que Temer estendeu sua jornada de trabalho para falar sobre a ampliação da biometria nas eleições do ano que vem — ainda mais com um ministro que irá participar de seu julgamento no Supremo Tribunal Federal, caso a Câmara autorize o STF a dar seguimento à denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

PUBLICADO EM VEJA.COM
(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 1º de julho de 2017)


DELATOR SELETIVO E MALANDRINHO

Pressionado pelo Brasil que presta a entregar os membros mais graúdos da quadrilha que assaltou os cofres públicos durante mais de uma década — em vez de fingir que a corrupção no Brasil se resume a Michel Temer e Aécio Neves , Joesley Safadão insiste em bancar o esperto. O beneficiário da delação mais premiada da história segue tirando onda da cara dos brasileiros.
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(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 28 de junho de 2017)


A CIRURGIA TERÁ DE SER RADICAL

Um mundo dominado por grandes corporações é tema recorrente no cinema e nos quadrinhos. A ideia de um planeta avassalado pela força do dinheiro sujo, embora assustadora, parecia exagero de roteirista, capaz de vicejar somente nas telas e nas páginas dos gibis. Mesmo os autores mais imaginativos jamais desenharam algo parecido com o que se desnuda hoje no Brasil.
PUBLICADO EM VEJA.COM
(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 24 de junho de 2017)


O FIM DA PILANTRAGEM QUE COMPENSA

Os milhões de brasileiros que elegeram Fernando Collor em 1989 acreditavam que aquele rapaz destemido, apreciador de um Logan 12 anos, cujos ternos bem cortados e gravatas Hermès contrastavam com o linguajar de boteco de fim de linha, era o sujeito probo e implacável destinado a livrar o país da chaga da corrupção. Outros tantos milhões que levaram Luiz Inácio Lula da Silva à presidência 13 anos mais tarde estavam convictos de que não apenas o Brasil passaria a correr nos trilhos da honestidade como, agora sim, estavam diante do homem providencial.
PUBLICADO EM VEJA.COM
(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 20 de junho de 2017)


LULA MERECE OS HOLOFOTES

Com o encerramento do prazo para a entrega das alegações finais da defesa às 23h59 desta terça-feira, poderá sair a qualquer momento a sentença do juiz Sérgio Moro condenando, ou não, o ex-presidente Lula no caso do triplex do Guarujá. Embora a prisão não vá ser decretada antes de uma decisão em segunda instância, ainda caibam recursos e este seja só um dos processos que ameaçam Lula, trata-se de um fato histórico da maior relevância. Mesmo assim, tem sido relegado ao segundo plano nos noticiários e nas sempre tão atentas redes sociais.
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(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 9 de junho de 2017)


UM DRIBLE NA LEI

No país dos pixulecos milionários, das chicanas políticas, gambiarras jurídicas e maracutaias de toda ordem, torna-se essencial expor as coisas como de fato são: a decisão do TSE de não cassar a chapa Dilma-Temer, antes de significar a vitória do Brasil que quer parar de bater-boca e voltar a crescer com estabilidade, representa o triunfo dos que acreditam que a lei foi feita para ser ajustada de acordo com a cara do réu.
PUBLICADO EM VEJA.COM
(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 6 de junho de 2017)


NINGUÉM ROUBA A POLE DE LULA

A retomada do julgamento da chapa pelo TSE coloca na berlinda Michel Temer e – mas quem se importa com ela a estas alturas  Dilma Rousseff. Aécio Neves está todo enrolado e Sérgio Cabral se tornou réu em dez processos da Lava Jato, um recorde impressionante. Fora outros figurões engaiolados ou à espera das algemas.
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(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 2 de junho de 2017)


MALFEITOR SOLTO DÁ NISSO

No aconchego da prisão domiciliar graças à complacência da Justiça com malfeitores graduados, José Dirceu sente-se à vontade para fazer ameaças e debochar da cara dos brasileiros decentes. “A coalizão golpista deu origem a um governo abarrotado de históricos corruptos”, afirmou em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo o homem que um dia comandou o PT, foi braço-direito de Lula durante o Mensalão, responde à acusação de ser sócio-fundador do Petrolão e continuou a engendrar manobras obscuras mesmo na cadeia.
PUBLICADO EM ZERO HORA
(31 de maio de 2017)


OS MÉRITOS DE RENATO

Renato Portaluppi é uma figura ímpar, não apenas na história do Grêmio, mas no mundo da bola e fora dele. A personalidade forte, o carisma, o senso de humor, o jeito meio marrento de ser – mas e daí? É o nosso marrento, ora! – somam-se a um currículo também único, de ídolo maior em campo a técnico pentacampeão da Copa do Brasil, para torná-lo merecedor de um apoio quase incondicional de boa parte dos gremistas.
PUBLICADO EM VEJA.COM
(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 29 de maio de 2017)


A IRONIA DO 6 DE JUNHO

Está marcada para 6 de junho a retomada, pelo TSE, do julgamento da ação em que o PSDB pediu a cassação da chapa Dilma-Temer. Como o presidente Michel Temer não parece disposto a renunciar, e tampouco o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, parece disposto a acolher um pedido de impeachment do aliado, o Dia D de Temer, quando seu destino político pode começar a ser inexoravelmente traçado, parece ser mesmo o próximo dia 6.
PUBLICADO EM VEJA.COM
(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 26 de maio de 2017)


OS DELINQUENTES NÃO PODEM PREVALECER

Os brasileiros que prestam estão desiludidos, assustados, desanimados. A desilusão e o medo são naturais, não teria como ser de outra forma diante do apavorante noticiário de cada dia. Precisam, no entanto, revogar o desânimo para não permitir que delinquentes com ou sem causa, vagabundos contumazes, militantes a soldo de fontes pagadoras atoladas até o pescoço no pântano da corrupção, vítimas de lavagens cerebrais irreversíveis e bestas quadradas em geral tomem o país de assalto.
PUBLICADO EM VEJA.COM
(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 23 de maio de 2017)


O PROCURADOR SE ACHA

Um ex-presidente e candidato a Messias é hoje a viva alma mais enrolada do país e está totalmente desmoralizado. A ex-presidenta inocenta entrou para a posteridade como protagonista de memes e clássicos do YouTube. O atual presidente encontra-se embretado. Um dos principais postulantes ao cargo nas últimas eleições, também. O presidente do Senado é alvo de dois inquéritos. O presidente da Câmara não possui cacife para falar grosso e é um desconhecido nacional. Os ministros do Supremo não exibem o desejável espírito de equipe, no qual as discordâncias são apenas de natureza técnica, e vivem trocando farpas no horário nobre.
PUBLICADO EM VEJA.COM
(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 20 de maio de 2017)


VAI MELHORAR. MAS, ANTES, VAI PIORAR

A Lei de Murphy  “Tudo que pode dar errado, dará.”  acabou por originar incontáveis variações. Uma delas diz: “Vai melhorar. Mas, antes, ainda vai piorar”. A frase se encaixa perfeitamente na situação do Brasil. Haverá de sair de tudo isso uma nação mais ética, mais correta no modo de se fazer política e negócios, mais republicana. Por vias tortas, depuram-se as instituições que deveriam servir aos brasileiros, mas cujos integrantes não resistiram a cair na vida para subir na vida. Um paradoxo apenas gramatical, longe de apresentar qualquer contradição no país em que prevaleciam, no cotidiano dos poderosos, a esperteza lucrativa, a negociação malandra e o mais descarado roubo, ainda que camuflado por toda sorte de gambiarras jurídicas.
PUBLICADO EM VEJA.COM
(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 18 de maio de 2017)


O BRASIL DECENTE NÃO LIVRA NINGUÉM

Os seguidores de seitas políticas, acostumados a simular revolta em função das “injustiças” cometidas contra o chefe – com a desfaçatez de um jogador malandro que mergulha na área para fingir ter sofrido pênalti –, e a cobrar tratamento idêntico a quem consideram estar do outro lado da contenda por eles inventada – ainda que Temer tenha sido escolhido e votado pelos petistas –, terão de criar novos argumentos. O Brasil decente jamais pregou justiça seletiva, tampouco alimenta bandidos de estimação.
PUBLICADO EM VEJA.COM
(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 17 de maio de 2017)


O ADVOGADO TEM A CARA DO CLIENTE

Advogado de defesa do ex-presidente senhor Luiz Inácio, Cristiano Zanin roubou a cena durante o depoimento da viva alma mais honesta do país ao juiz que conduz os processos da Operação Lava Jato. Se pretendia aparecer mais do que Lula e Sérgio Moro, Zanin atingiu seu objetivo. Ocorre que, para o bem e para o mal, advogados não podem ofuscar os clientes, não importa do que eles sejam acusados. Quando isso acontece, o cliente deveria abrir o olho. Cada interrupção arrogante do verborrágico causídico contribuiu apenas para o acusado parecer ainda mais culpado do que já é.
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(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 14 de maio de 2017)


DISCURSEIRO DESRESPEITOSO

A imagem ao lado registra uma fala do agente do FBI Donald Ressler, personagem interpretado pelo ator canadense Diego Klattenhoff na série Black List. Poderia ser de outras séries e de incontáveis filmes, pois usar a esposa (ou o amigo, ou o colega de trabalho, ou o vizinho e demais variações) como bode expiatório depois que a pessoa já não tem mais como se defender é tema recorrente da ficção, tanto quando da vida real. Nenhum brasileiro decente engoliu o despudor do ex-presidente Lula ao adotar o abjeto expediente.
PUBLICADO EM VEJA.COM
(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 10 de maio de 2017)


VIVA ALMA INOCENTA

O primeiro encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e o juiz Sérgio Moro foi o que se esperava que fosse: um exercício de paciência do condutor da Lava Jato e um exercício da cara de pau do ex-presidente. Nada de novo, o enrolador vocacional apenas reafirmou que não sabia o que todo brasileiro que quer saber sempre soube que ele sabia. O palavrório de palanque proferido durante o interrogatório de cinco horas foi capaz de convencer somente forasteiros de longínquas paragens, visitantes alienígenas e nativos alienados. A viva alma mais honesta do Brasil em todos os tempos declarou-se inocenta, o que vale tanto quanto uma cédula de três reais.
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(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 4 de maio de 2017)


O CANASTRÃO QUER SE LIVRAR DOS TOMATES

É natural que quem passou a vida interpretando se preocupe com o ângulo da câmera, sobretudo quando sabe que pode ser uma de suas últimas cenas fora das grades. Luiz Inácio Lula da Silva interpreta até hoje o operário humilde, embora não saiba o que é trabalho de verdade desde os anos 1970 e tenha passado longo período saboreando as delícias do ócio ideológico remunerado por fora. E tanto atuou que está quase convencido de ser o personagem que criou, assim como Zé Dirceu estava quase convencido de sua inocência quando foi cassado e preso em função do Mensalão.
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(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 29 de abril de 2017)


EXÉRCITO DE LULA SÓ PROVOCA MAROLINHA

O Dia da Vadiagem promovido por sindicalistas inconformados com o próprio anacronismo, apaniguados de um sistema bandido desmascarado, idólatras de vivas almas moribundas e vagabundos em geral, destinado a servir de boia e palanque a quem há muito deveria ter conhecido o desconforto de um camburão, converteu-se em mais um emblemático tiro no pé. A greve geral, que não era nem greve, nem geral, pretendia-se um tsunami, com a arrogância típica dos exércitos brancaleones de paspalhões de opereta. Acabou por se transformar em uma suicida marolinha.
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(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 8 de abril de 2017)


INIMIGOS REAIS E IMAGINÁRIOS

Doutrinas estranhas ao corpo de uma sociedade tendem a vicejar somente na contenda. Como no gesto de uma criança que conversa com amigos imaginários para driblar a solidão em um mundo ao qual não sente pertencer de fato, a tentativa de construção de um sistema ideológico hegemônico implica a existência do ente radicalmente oposto. Não havendo um grupo inimigo genuíno, trata-se de criá-lo. O adversário invisível passa a ser depositário de tudo que for contrário aos preceitos dominantes, ainda que este domínio seja eventual, transitório e, na maior parte das vezes, forçado.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

PUBLICADO NO SITE OLIVRE.COM.BR
(26 de março de 2017)


SOB AS ARMAS DO FALIDO FELIZ

A tentativa de intimidação sofrida pelo repórter Bruno Abbud e pelo repórter fotográfico Ednilson Aguiar, de O LIVRE (foto), é, lamentavelmente, um episódio vivenciado com preocupante frequência por quem pratica jornalismo sério e independente. Homens que se julgam acima da lei, pelo poder político ou econômico, sempre que ameaçados costumam reagir com a arrogância e a truculência do fortão da aldeia. Análises mais profundas por certo apontariam causas freudianas, mas fiquemos na superfície.
PUBLICADO EM ZERO HORA
(1º de fevereiro de 2017)


SONHOS QUE PODEMOS TER

Como na antiga canção dos Engenheiros do Hawaii, na voz do gremistaço Humberto Gessinger, “somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter.” Quando assumiu a presidência do Grêmio, há dois anos, Romildo Bolzan Jr. fez o discurso da austeridade, dos pés no chão, de não se gastar mais do que se arrecada, colocar as contas em dia, montar o elenco possível e, mesmo assim, tentar conquistar títulos.
PUBLICADO EM ZERO HORA
(9 de dezembro de 2016)


MERECEMOS COMEMORAR MUITO

Toda conquista merece muita celebração, mas, de boa, o penta da Copa do Brasil pede uma comemoração ainda maior, mais intensa, mais sentida. Nós, gremistas, temos de comemorar muito, acima de tudo porque merecemos, mas também porque este time merece, esta comissão técnica merece, este treinador merece, e o outro antes dele, e os dirigentes, pois somente com a união, a competência e o empenho permanente de um todo é que se chega ao sucesso, sobretudo em um esporte coletivo. O grupo de jogadores pode não ser perfeito, pode ter uma ou outra peça contestada, mas conseguiu se transformar numa família capaz de tirar de cada um o seu melhor, primeiro sob a batuta do grande ídolo gremista Roger Machado, depois sob o comando de nosso ídolo maior Renato Portaluppi, que ajustou detalhes fundamentais.
PUBLICADO EM ZERO HORA
(19 de outubro de 2016)


PENSAMENTO MÁGICO ESTÁ VALENDO

É impossível se pensar em Grêmio x Palmeiras sem que venham à mente as históricas batalhas do inesquecível 1995, ano em que conquistamos o bi da Libertadores. A sequência de enfrentamentos em diferentes competições, a rivalidade atingindo o ápice nos 5 a 0 que aplicamos em Porto Alegre. Depois os 5 a 1 para eles em São Paulo, sob clima de muita tensão e medo, o gol solitário de Jardel carimbando a classificação. A briga iniciada por Dinho e Válber, e que depois se transformou em pancadaria generalizada no Olímpico, é mais lembrada do que os cinco gols. O detalhe fora do usual é o que chama a atenção.
PUBLICADO EM ZERO HORA
(1º de junho de 2016)


JORNALISTAS TORCEM PARA O EU F. C.

Como postou outro dia o talentoso e gente fina Leonardo Oliveira, colunista de Zero Hora e editor de esportes do Diário Gaúcho, “futebol, para nós, jornalistas esportivos, é trabalho. Será que é tão complicado entender?” Infelizmente, Leo, é. Primeiro porque o torcedor pensa com o coração, e é esta paixão que torna o futebol tão encantador; segundo, porque o público nem sempre faz a devida distinção entre comentaristas pagos somente para dar opinião e jornalistas remunerados para cobrir os fatos.

PUBLICADO EM ZERO HORA
(12 de fevereiro de 2016)


O GRÊMIO E OS PRIVILÉGIOS DA PAIXÃO

Com o Grêmio prestes a estrear em mais uma Libertadores, as lembranças retornam, os jogos via radinho a pilha, TV com Bombrill na antena, depois equipamentos cada vez melhores, no Olímpico e na Arena. Fragmentos a embalar o sonho maior que, uma vez provado, em 1983, e reprisado em 1995, tornou-se obsessão: conquistar a América mais uma vez.