(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 29 de maio de 2017)
A IRONIA DO 6 DE JUNHO
Está marcada para 6 de junho a retomada, pelo TSE, do julgamento da ação em que o PSDB pediu a cassação da chapa Dilma-Temer. Como o presidente Michel Temer não parece disposto a renunciar, e tampouco o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, parece disposto a acolher um pedido de impeachment do aliado, o Dia D de Temer, quando seu destino político pode começar a ser inexoravelmente traçado, parece ser mesmo o próximo dia 6.
Por ironia do destino – ou do TSE – foi em um 6 de junho, em 1944, que as tropas aliadas comandadas pelo general Dwight Eisenhower, o célebre Ike, cruzaram o Canal da Mancha e desembarcaram nas praias da Normandia, no costa francesa, deflagrando a Operação Overlord, no que ficou conhecido como Dia D, início do fim da Segunda Guerra Mundial.
A menos que consiga que algum ministro amigável peça vistas ao processo, ou emplaque alguma ação judicial improvável, empurrando para as calendas a decisão a esta altura aparentemente inevitável, neste 6 de junho Temer pode estar começando a desembarcar do poder. Um desembarque sem glória, mas, felizmente, também sem tropas. Brasileiros livres de amarras ideológicas não quebram ou incendeiam patrimônio público por político algum. Querem apenas, e sempre, o cumprimento da Constituição. Algo que, nestes tempos insanos, parece quase leniência.
A menos que consiga que algum ministro amigável peça vistas ao processo, ou emplaque alguma ação judicial improvável, empurrando para as calendas a decisão a esta altura aparentemente inevitável, neste 6 de junho Temer pode estar começando a desembarcar do poder. Um desembarque sem glória, mas, felizmente, também sem tropas. Brasileiros livres de amarras ideológicas não quebram ou incendeiam patrimônio público por político algum. Querem apenas, e sempre, o cumprimento da Constituição. Algo que, nestes tempos insanos, parece quase leniência.
(Foto de Carolina Antunes/Presidência da República)
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