(9 de dezembro de 2016)
MERECEMOS COMEMORAR MUITO
Toda conquista merece muita celebração, mas, de boa, o penta da Copa do Brasil pede uma comemoração ainda maior, mais intensa, mais sentida. Nós, gremistas, temos de comemorar muito, acima de tudo porque merecemos, mas também porque este time merece, esta comissão técnica merece, este treinador merece, e o outro antes dele, e os dirigentes, pois somente com a união, a competência e o empenho permanente de um todo é que se chega ao sucesso, sobretudo em um esporte coletivo. O grupo de jogadores pode não ser perfeito, pode ter uma ou outra peça contestada, mas conseguiu se transformar numa família capaz de tirar de cada um o seu melhor, primeiro sob a batuta do grande ídolo gremista Roger Machado, depois sob o comando de nosso ídolo maior Renato Portaluppi, que ajustou detalhes fundamentais.Merecemos comemorar muito porque estávamos ansiosos, sedentos, agoniados. Mas não, nós não ficamos contando os anos feito criança ansiosa pelo próximo aniversário. E sim, nós comemoramos o título da Série B, afinal, como não comemorar uma conquista obtida na partida mais emocionante da história do futebol, uma das vitórias mais épicas em todos os tempos em qualquer esporte? Adoramos títulos, qualquer título, mas é claro que os principais contam mais. Gostamos de Copa. Adoramos Copa. Já são duas da América e agora cinco do Brasil, e vem muito mais pela frente.
Merecemos comemorar muito porque, para nós, gremistas, o “tamojunto” não é só uma hashtag. Gremista está sempre junto com seu time, nas boas e nas ruins. E quanto mais juntos estamos nas ruins, mais merecemos comemorar nas boas. Ser gremista é um estado de espírito, um modo de vida, vai muito além do futebol. Só quem é tricolor de alma entende o significado de acompanhar cada jogo, cada lance, vibrar com cada gol, lamentar-se diante de cada bola fora, mas jamais ver arrefecida sua paixão.
Merecemos comemorar muito porque, apesar da tragédia da Chapecoense, a vida segue, é assim desde que o mundo é mundo. O ser humano não conseguiria ir em frente e continuar vivendo sem esta tremenda capacidade de superar a dor e se alegrar com os bons momentos que nossa curta existência oferece. Para a Chape, para as almas dos que se foram, jogadores, dirigentes, comissão técnica, jornalistas e tripulantes, para os sobreviventes, os familiares e amigos das vítimas, e também para os que sobreviveram, um grande beijo em azul, preto e branco, e, desta vez, também em verde. De campeão para campeão.
(Foto de Jean Pimentel/Agência RBS)
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