MARINA INTERROMPE A HIBERNAÇÃO PARA TIRAR UMA CASQUINHA
Marina Silva, reconhecida amante da natureza, costuma imitar o hábito de certas espécies animais, que no inverno tiram uma prolongada soneca durante a qual reduzem drasticamente as atividades do organismo para compensar a escassez de alimentos – não é o caso dos ursos que, ao contrário da lenda, embora durmam muito durante esta estação, não hibernam. A hibernação de Marina é bem mais prolongada, costuma durar quatro anos, entre uma disputa presidencial e outra, período no qual reduz drasticamente as atividades políticas para economizar energia e compensar a escassez de eleições.
A condenação de Lula fez a candidata destinada a eternamente morrer na praia sair da toca para tirar uma casquinha não só em cima dele, mas também da ex-presidente Dilma Rousseff e do presidente enrolado Michel Temer. Em nota oficial da Rede Sustentabilidade, ataca os três com um só golpe: “A condenação de um ex-presidente da República pela Justiça, como ocorreu hoje com Lula, é um fato grave que se soma à cassação da ex-presidente pelo Congresso e à denúncia do atual presidente por crime de corrupção passiva”, afirma a ressuscitada Marina.
Afastar-se de Temer é somente senso de oportunidade, mas descolar sua imagem do PT é fundamental para chegar a 2018 com chance. Dado seu histórico, a missão é especialmente complicada. “É preciso garantir que a Lava Jato vá até o fim de sua missão e resista, com o apoio da sociedade, aos golpes que vêm sofrendo por parte daqueles que, no poder, resistem a ter seus delitos investigados e punidos”, segue a nota. No atual cenário, Marina tem o direito de voltar a sonhar. Mas dificilmente ganhará uma eleição com a estratégia de só se apresentar para a briga quando os adversários já beijaram a lona.
(Foto de Elza Fiuza/Agência Brasil)
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