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MAIA TRANQUILIZA TEMPORARIAMENTE OS BRASILEIROS

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deu uma boa e uma má notícia aos brasileiros em entrevista à GloboNews. A boa: não sente qualquer “comichão” de alcançar a presidência da República neste momento. A má: “É obvio que chegar aonde cheguei já me coloca, daqui a duas, três eleições, como uma alternativa à Presidência”, ameaçou. O pai de Rodrigo, o ex-governador do Rio e atual vereador Cesar Maia, tratou de ampliar a advertência ao eleitorado ao afirmar que não crê na saída imediata de Michel Temer do cargo e que, portanto, seu filho não deve assumir “por enquanto”. Pai e filho, por sinal, são suspeitos de receber propina da Odebrecht.

Caso Rodrigo um dia chegue ao posto maior da República, restará o consolo de que ele, ao menos aparentemente, herdou do pai apenas a esperteza política, e não a maluquice. “Há políticos chamados de ladrão, outros de bicha. Eu sou maluco”, declarou o pai tempos atrás, com indisfarçável orgulho, e exibindo também a notória elegância no linguajar. Para quem não acompanha a política carioca, pelo equilíbrio emocional e pela classe na escolha das palavras, Cesar Maia é uma espécie de Ciro Gomes com sotaque carioca.

Maia, o filho, disse na entrevista à TV: “A minha distância do governo nesse momento, a Constituição e o regimento da casa são aqueles escritos que eu vou respeitar nesse processo”. Isso logo depois de contar que correu para mostrar a Michel Temer os recados que recebe da mãe para “não conspirar contra o presidente”. Se um dia, de fato, um Maia disputar a Presidência, que ao menos seja o filho, pois um eventual embate entre o pai e Ciro Gomes seria, literalmente, uma coisa de doido.

(Foto de Marcelo Camargo/Agência Brasil)