terça-feira, 30 de abril de 2013


Falando em Senna (2):

O dia em que ultrapassei Ayrton Senna
         
Autódromo de Interlagos, final de abril de 1994, poucos dias antes da morte do Ayrton, em sua última passagem pelo País. A recém-criada Senna Imports estava trazendo para o Brasil a linha de automóveis Audi. Como é de praxe, a imprensa foi convidada para um test drive. Antes, durante o café da manhã, tive a oportunidade de conversar rapidamente com ele.

Pelo fato de ser em um circuito de corridas, e dada a robustez dos veículos, um instrutor acompanhava cada jornalista a fim de evitar eventuais e perigosos arroubos. A cada vez em eu que pisava fundo ouvia um pedido para reduzir o ritmo. Até ali só fora possível acelerar mesmo na reta oposta, mas em seguida cheguei à parte “travada” da pista e recebi novas recomendações. “Encaixotado” atrás de outro carro, apelei ao instrutor: “Este cara aí na frente está lento demais, se eu não o ultrapassar agora não conseguirei atingir uma velocidade razoável na subida da reta dos boxes, e aí acabarei não sentindo direito a potência do carro.” Ele concordou: “Ok, dê o sinal e vá com calma.” Assim o fiz, o carro da frente abriu para eu ultrapassar, eu agradeci e recebi de volta um aceno e um sorriso de Ayrton Senna.

Ele comentava, para uma equipe de TV estrangeira, as características de cada ponto do circuito, razão pela qual ia tão devagar. Mas isso é detalhe. Ultrapassei Ayrton Senna e rasguei em triunfo a reta de Interlagos.

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