terça-feira, 31 de outubro de 2017

  PUBLICADO EM VEJA.COM  
(Meu texto na coluna de Augusto Nunes em 31 de outubro de 2017)



TICO E TECO SEGUEM DE MAL

Acostumada a atropelar o léxico, driblar a sintaxe e trucidar a lógica em sua discurseira sem sentido, a ex-presidente Dilma Rousseff tonteia plateias mundo afora mesmo quando tem tempo para ensaiar o improviso  como diria o inesquecível Odorico Paraguaçu preparado pelos assessores. O raciocínio torto, os lapsos de memória e a doideira do palavrório se estendem às redes sociais. Na internet, ao contrário do que ocorre nos palanques e nas entrevistas, não é preciso falar ao vivo  com ou sem teleprompter. Há tempo para pensar antes de postar. Isso se o Tico e o Teco não vivessem em permanente conflito.

No domingo, Dilma tuitou o seguinte: “Só uma pessoa com a experiência de Lula pode fazer as três coisas mais necessárias no Brasil hoje:” E parou por aí. Só completou o raciocínio quase 24 horas depois, conforme registrou a coluna Radar. Um recorde, mesmo para os padrões dilmistas. A ex-presidente listou então as três coisas, que eram quatro: “1. Reforçar conquistas que nós tivemos; 2. Voltar atrás os (sic) retrocessos; 3. Restaurar direitos que foram roubados; 4. Fazer nosso povo avançar.”

Nesse meio tempo, como ilustrou a coluna, ela recebeu várias sugestões de complemento. Um exemplo: “1) assumir seus crimes 2) delatar seus cúmplices 3) nos deixar em paz.” Tentar ressuscitar na viva alma muito viva a figura do homem providencial já seria uma desfaçatez de bom tamanho para a integrante de uma turma que nunca se privou de pregar a moralidade com os pés atolados na lama. Mas Dilma não se contém: precisa pagar outros micos também. No tuíte das três coisas que eram quatro, mostrou que está sempre disposta a reforçar o figurino de piada pronta.


(Foto: Presidência do Uruguai)

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